sábado, 10 de dezembro de 2011

Rasgos reflexivos da madrugada

"Desde que me cansei de procurar,
aprendi a encontrar;
Desde que o vento começou a soprar-me na face,
velejo com todos os ventos."
 Nietzsche, em A Gaia Ciência.


Eu andava vagando por lugares tão escuros, que sequer podia ver que cor tinha cada sentimento.
Eu andava tropeçando em coisas que eu mesma colocava em meu caminho.
Havia uma vala enorme entre a razão e a emoção
E eu cismava com abismos,
Mas não percebia que abismos eram esses...
Apenas covas rasas.
Então, deixei de crer em anjos e me fiz meu próprio anjo,
Lancei fora todas as minhas atitudes prontas e me deixei levar.
O mundo gritava discórdia, hipocrisia, raiva...
Mas eu só tinha verdade no meu brado de resposta.
Tudo em mim teve extrema necessidade do essencial.
...

Às vezes, tudo isso me faz crer que viver é uma boa oportunidade de observar as fraquezas alheias e, com isso, crescer...
Por vezes, ainda vejo essas fraquezas em minhas atitudes
Mas, pela ótica do aprendizado da observação, logo vou banindo-as de minha conduta...
Viver, assim, virou algo tão complexo...
Não difícil...
Apenas, complexo.
...

As pessoas falam de amor, sinceridade, alegria, carinho e não os praticam.
Demora um tempo pra entender essa sistemática da vida.
Há até quem nunca entenderá...
Pois o mundo pôs uma distância muito grande entre o dizer e o ser
E eu não penso que isso seja algo bom
Tento diminuir isso...
Rasgo palavras, perfuro significados na tentativa de dizer meu ser...
E não entendo o porquê de apenas alguns poucos tentarem isso.