domingo, 16 de outubro de 2011

Um velho blues...



Venha, entre no meu carro...
E lembre-se: não lhe olharei com amor...
Mas há de ser feliz, eu prometo que lhe farei feliz..
Venha, entre no meu jogo...
Não serei legal... nem no início, mas não vou lhe machucar.
Venha, entre na minha vida
E saia logo em seguida...
Seja mais um velho blues que se deu por acabado... último acorde.

O mar...


Hoje, vi o mar... imenso.  
Não sei o que há ali...
Mas é algo que sempre me atrai e faz com que o pensamento vá a lugares que tenho medo... Ou não... Talvez seja até um medo inventado.
Meus amores sempre me fizeram pensar no mar... ou o mar sempre me fez pensar nos meus amores. Não sei ao certo.
Mas hoje, hoje, quando vi o mar, te vi...
Inventei um medo.
Já te falei que para mim o amor é uma construção? Algo que, de certo modo, opta-se por construir?
Não lembro se falei...
Desse modo, repito: o amor é coisa que se constrói. E mais, opta-se por construir...
Em contrapartida... há a paixão... neste caso, não há escolha... simplesmente vem e, quando nem se espera, vai.
Hoje pensei muito em escolhas.
Pensei também na possibilidade de construir...
Então, uma escolha possível, hoje, ao olhar o mar, veio me perturbar...
Por qual motivo essa escolha, essa possibilidade de escolha veio?
Sou mesmo menina birrenta. Sempre gostei de querer exatamente aquilo que eu não deveria querer.
Sempre cismei de fazer aquilo que não deveria fazer...
E, hoje, quando você me pareceu o mais impossível dos sonhos, quando, olhando o mar, você foi, exatamente, aquele infinito impossível de alcançar, simplesmente quis.
Há muito de desconexo neste meu pensamento, há muito de mal escrito nessas estranhas linhas. Sei de tudo isso.
Mas preciso jogar meus pensamentos. Eles vêm e eu deixo que eles saiam...
Poucas são as estranhas almas que conseguem os entender... talvez você também não me entenda.
É um risco.
Mas preciso, realmente, preciso dizer...
Como chegará pra ti? Bem, isso é algo de me amedronta...
Mas o mar, hoje, me chamou para a possibilidade de mergulhar nas profundezas de um amor...
Um estranho e inesperado amor...
E o pior... Não sei nadar.

Dar graça...


Tanto faz de conta
E para quê?
Vive de ficcionar, de inventar
Vai bem longe buscar aquilo que não tem
Mas é tudo fumaça
Névoa que transforma o horizonte e impede de ver a paisagem verdadeira
Sobe os montes, conquista reinos, vive amores... Tudo em pensamento.
E por que não vive simplesmente vida?
E tem graça?

domingo, 2 de outubro de 2011

Sonho



Escutava uma boa música e pôs-se a rememorar, entregou-se às lembranças...
...
Havia sido uma manhã fora da redundante habitual rotina.
Manhã de desejos, beijos quentes, risos proibidos.
Braços queridos e fortes a tomar seu corpo, corações que batiam, ao menos naquele momento, no mesmo ritmo. E nada precisava ser para sempre. Aquela manhã, de certo, bastava.
De maneira inefável, ele ia juntando as longas madeixas dela em suas mãos. Em posição de posse, fazia isso bem... quadro perfeito.
E não havia defeito, não havia falha, não havia erro. Tudo que havia ali era vida acontecendo.
Em dores de gozo, os corpos, não se podem negar, amavam-se, queriam-se e  tinham-se bem.
Ao fim, o bastante se fez completo e ele, que tão bem a tomou, tomava agora em seus braços a tão óbvia e velha paixão...
"E Deus disse: Haja música!”
Só ela sabe o que sentiu naquele momento e, de fato, só ela saberá.
Pois a última nota havia acabado de silenciar e já era tarde, hora de ir e voltar.

Porque um "Self-helpzinho" não faz mal a ninguém...


Sempre me atraíram mais as imperfeições, as falhas e, um dia, isso sempre voltou contra mim.
Se chorei? Ah, chorei... e como chorei, chorei com a alma (o que dói mais), mas... dois, três dias depois, fui feliz.
O segredo, me parece, está aí. O sol volta. Estar apaixonado (e aqui, entenda, me refiro a tudo) é coisa com prazo de validade curtíssimo mesmo. Nada será eterno, tudo, um dia, metamorfoseia, deixa de ser. Ser feliz sabendo do fim é “conscientizar a mente” da prática daquilo que é mais essencial na vida: os ciclos.
Sim, já começo sabendo que haverá um fim. Os grandes momentos, as grandes alegrias sempre, sempre, sempre terminam. Mas... Sabe o que tem de bom nisso? Existem começos, novos começos.
Bem, acho que a pedra de toque é mesmo essa aí.
Rir, rir e chorar, chorar... Cada coisa bem feita, feita ao seu tempo e com consciência de que nenhuma tristeza é tão grande que não vá passar... e nenhuma alegria também.
Tudo, absolutamente tudo passa, até a...(ah, trocadinho infame!). Bem, deixemos a uva quieta...
Viver é isso mesmo. E como o que eu quero é VIVER, vou seguindo, começando sabendo do fim e finalizando sabendo que haverá um começo me esperando lá na frente.
Sim, sim... Ora, “a vida é tão rara”...
E, afinal, ninguém te disse que tudo seria feliz. Ou disse?!
Enfim, esse é o seu papel, essa é aquela busca. É... bem... é... se é que, no ciclo, a felicidade é o que mais te atrai. Se não for, aplica aí pro outro lado.
Eu? Eu gosto de todo o ciclo, vivo com gosto os altos e baixos (seja lá o que for o alto e o baixo pra você... tem coisa que é tão relativa).
 Mas, sim, além de sorrir, eu também gosto de curtir aquela fossa escutando aquela música (é... essa aí que cê tá pensando), soltar aquele praaaaaaaanto convulso e desesperaaaaado e... dois, três dias depois, rir... de tudo isso. Ciclo!! Tá vendo?!
Pois é... chama aí o Raul, (se preferir) chama o Hugo... chama até o Cazuza pra te ajudar a subir as escadas (ele não vai vir, EU te garanto, experiência própria !!), mas VIVA!
O porre passa... até se for de vinho...