domingo, 2 de outubro de 2011

Sonho



Escutava uma boa música e pôs-se a rememorar, entregou-se às lembranças...
...
Havia sido uma manhã fora da redundante habitual rotina.
Manhã de desejos, beijos quentes, risos proibidos.
Braços queridos e fortes a tomar seu corpo, corações que batiam, ao menos naquele momento, no mesmo ritmo. E nada precisava ser para sempre. Aquela manhã, de certo, bastava.
De maneira inefável, ele ia juntando as longas madeixas dela em suas mãos. Em posição de posse, fazia isso bem... quadro perfeito.
E não havia defeito, não havia falha, não havia erro. Tudo que havia ali era vida acontecendo.
Em dores de gozo, os corpos, não se podem negar, amavam-se, queriam-se e  tinham-se bem.
Ao fim, o bastante se fez completo e ele, que tão bem a tomou, tomava agora em seus braços a tão óbvia e velha paixão...
"E Deus disse: Haja música!”
Só ela sabe o que sentiu naquele momento e, de fato, só ela saberá.
Pois a última nota havia acabado de silenciar e já era tarde, hora de ir e voltar.

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