sábado, 12 de fevereiro de 2011

Preciso dizer-lhe...

Preciso dizer-lhe que a beleza das coisas depende, e muito, de como você as observa; que tudo que aí está é muito relativo.
Preciso dizer-lhe que verdades absolutas não existem... Tudo é coisa de momento. E que mentiras podem ser verdades, dependendo, para isso, da sua capacidade de tolerar e imaginar.
Preciso dizer-lhe que ser sincero é “o que há”. Mas que, para tanto, é necessário ter, no mínimo, 50% de coragem e 30% de loucura na composição do ser.
Preciso dizer-lhe que a felicidade é resultado de um abobalhamento diante do mundo. Abobalhamento necessário! E que não é a largura do seu sorriso que atesta o quão você é feliz, e sim a forma como isso emana inexplicavelmente de você.
Preciso dizer-lhe que para falar de amor há de ter muita cautela. Eu não a tenho... Mas preciso dizer-lhes, também, que é necessário, às vezes, atrever-se a falar sem cautela para, só aí, entender a importância que ela tem.
Portanto, preciso dizer-lhe que amar, a meu ver, é algo de que se deve considerar, ao menos, duas vertentes: o amor que avassaladoramente vem e o amor que calmamente se vai buscar, construir. O primeiro te destrói, abala sua coerência; o segundo... também, porém de forma bem mais lenta, quase imperceptível.
E assim, preciso dizer-lhe que é imprescindível deixar-se destruir. Não há sabor mais agradável. E, de quebra, ainda existe a reconstrução.
Preciso dizer-lhe que o que é humano pressupõe um bem e um mal, que não se pode iludir-se com apenas uma das faces. E preciso dizer-lhe, ainda: Iluda-se! O fantástico da vida é poder sonhar. Mas que se tenha consciência que é sonho e que se saiba voltar.
Preciso dizer-lhe que não há nada mais lindo que o brilho do sol. Deve-se na vida, ao menos uma vez, deixar-se contemplar seu emergir e imergir no horizonte.
Preciso dizer-lhe, ainda, que é de madrugada que as coisas acontecem, que a vida é curta e que Deus, Ele sim, é Maravilhoso.
Preciso dizer-lhe, e isso é importantíssimo, que vivi relativamente pouco, que tudo que digo, aqui, tem grande possibilidade de já ser do seu conhecimento ou, mesmo, mero equívoco. Mas, ainda assim, preciso dizer-lhe.


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