quarta-feira, 18 de maio de 2011

Por que tu choras, ó minha flor?

à Irene Madeiro.
Por que tu choras, ó minha flor?
Por que te fizeram chorar?
Vejo uma menina...
Mas já não eras mulher?
Não. Sempre foste menina em saia rodada, a rodopiar...
Os príncipes ainda estão em teus sonhos, mas, agora, já aparecem desencantados...
É por isso que choras?
Engraçado, me parece que teu riso vem assim tão fácil...
Como não podem ver? Eu vejo!
É tão pouco o que te faz feliz... Como não podem notar?
És ainda aquela doce tímida criança, á esperar por carinhos negados...
Ainda te doem aquelas inocentes implicâncias, não é?
E que culpa tu tiveste para merecer? Não vejo culpa...
Doeram mais na alma, não foi?
Estranhamente, parece que sei...
Estranhamente, nesta hora, doe-me o peito e estranhamente entendo-te...
Não chores, ó bela flor!
Tu não merecias aqueles danosos insultos...
Tu és tão delicada.
Aqueles olhos, agora posso ver, nunca te enxergaram...
Não como tua beleza merecia.
Nem poderiam enxergar. Eram olhos de superficialidade...
E, por essência, tu és profundidade, bela flor!
Ainda choras?
Não chores mais... Eu te ajudo a recolher teus brinquedos e esconderemos eles, onde ninguém mais poderá achar...

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