domingo, 11 de setembro de 2011

Considerações inacabadas sobre a morte...


Com o tempo você percebe que o que te amedronta não é a morte, mas a ideia de dor que ela traz, de sentir dor...
O que há de mais em um corpo já sem vida?
Exato! Não há nada... Não mais...
Há de menos!
Não tememos exatamente ser esse corpo vazio de alma. Tememos o caminho que nos levará ao ser o tal corpo.
Morrer? Não, o medo não é de morre, é de sentir dor (ao menos na minha visão das coisas).
 Sentir dor nunca é bom... Seja física ou emocionalmente...
Se tememos a dor física que uma doença, um tiro, até mesmo uma queda pode nos causar, tememos também a dor da falta, da ausência, que é algo mais emocional...
E se a dor física é o medo da nossa morte, a dor emocional é o medo da morte do outro...
Pra você ver:
Sentir falta do outro, às vezes, é dor tão egoísta e forte que acabamos pensando somente na necessidade de manter-nos usufruindo dessa presença. Esquecemos, para tanto, da dor que pode custar ao outro esse manter-se ao nosso lado.
Assim, às vezes, parece-me até haver tanto mais de dor no vazio que essa ausência pode deixar...
Tanto mais que sentir o gosto do próprio sangue na garganta.
E isso é tão complicado...
Quero bem fácil... Amo os seres humanos com muita facilidade e intensidade...
Perdê-los, os amados, é ideia que, em mim, carrega tanta dor...
A alma deixar o corpo, o seu corpo, esse movimento espiritual mesmo... nada deve (nunca morri para comprovar) ser  diante do fato de sua alma ser deixada por outra alma... amada, querida.
Morrer? Não, morrer não me amedronta...
E acho que nem essa dor (física) que me levará ao estado de morte... Mas isso é coisa que só comprovarei quando eu sentir mesmo essa dor.
O que me amedronta mesmo, assim que posso assegurar, é perder... Perder pessoas queridas.
A dor da ausência... Sim, ela me dá medo.

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