terça-feira, 7 de junho de 2011

CÉU DE LONA.

As luzes foram apagadas, logo em seguida, novamente, tudo era luz.
Um Anjo, sim, um Anjo estava no meio do picadeiro,
Ela, que estava tão pouco interessada, pôs-se a observar, quase envolvida por um quê de magia.
Esqueceu-se de tudo, da vida: começou a viver um sonho, uma fantasia...
Esqueceu-se, até do noivo, que estava do seu lado, também, atento ao espetáculo, no entanto, sem o torpor que tomara de conta dela.
E o Anjo? Estava lá, intocável, magnífico, quase perfeito...
Vendo-o, transformou-se, novamente, em ingênua criança (mais ingênua, do que propriamente criança), acreditou, mais uma vez, em príncipe, e quis ser princesa... como quis!
O Anjo voava, mas não tinha asas...
E, mesmo assim, ela via asas.
Quis voar também, mas não por asas próprias
mas sim nos braços proibidos...
os do Anjo.
Então, ela fechou os olhos, quis acordar...
não pode.
Entendeu o porquê das moças fujonas
e por um instante, também, pensou como seria fujir
Vendo, no fundo da alma, a excitação que tal idéia lhe causava,
Sentiu medo, e tentando apagar essa idéia da mente, balançou a cabeça o mais rápido que pôde.
Mas a idéia não saiu.
E vieram as outras atrações, o fim do espetáculo, mas ela já não era a mesma, o Anjo não saíra dos pensamentos.
Ao levantar da cadeira, o fez quase que involuntariamente, olhou o noivo, sentiu que, com muito carinho, amava-o - mais pelos tantos anos juntos, do que por outra coisa.
Mas e  o Anjo?
Esse, sem saber, gravou na mente daquela menina/mulher a sua imagem, com a qual ela, dia e noite, fantasiava inúmeros desfechos para o sonho, do qual ela nunca mais acordou."

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